Continuando nossa história:
Com o diagnóstico comecei a realizar muitas pesquisas. Aprendi bastante e criei mais dúvidas, já que li que muitas crianças com aplv também têm alergia a soja e nosso pediatra continuava insistindo que não. Aprendi também que a soja pode alterar a carga hormonal de crianças(quanto a isso falo mais tarde). Dar ou não carne de vaca? Mas aprendi também, que a vida sem o leite era bem possível e tranquila. E meu filho continuava crescendo e se desenvolvendo normalmente. Então, foi uma adaptação rápida e tranquila. Inclusive fizemos uma viagem com João neste período, e ele se alimentou normalmente; levamos sua fórmula de soja(com receita médica, para caso de termos problemas) e de resto comeu a mesma comida que nós. Nos restaurantes sempre perguntávamos os componentes e não tivemos problemas. Neste passeio teve 2 dias de grandes diarreias, mas nada que o abatesse.
Porém, João, nunca ficou totalmente sem sintomas. Ficamos um ano com a soja e neste tempo volta e meia tinha diarreias e as fezes nunca foram normais, sempre mais pastosas. A pele ficou bem melhor, as lesões sumiram, mas ainda apareciam as vezes. Insisti mais algumas vezes com o médico dele sobre os sintomas, mas nada ocorreu. Então, mais uma vez trocamos de médico. Encontramos uma alergista e homeopata que logo diagnosticou a alergia a proteína do ovo e da soja. E nos ensinou que quem tem aplv também não pode ingerir leites de outras origens, como cabra, já que as proteínas são muito similares e também podem dar sintomas.
Aí, as coisas foram um pouco mais difíceis. Tivemos a introdução de uma nova fórmula, que meu filho nunca gostou e todos os dias temos uma luta tentando fazê-lo tomar. E todos os biscoitos,bolos, pães, iogurtes que ele tomava tiveram que ser modificados. A carne de vaca não foi retirada, já que a alergista nos garante que a incidência de alergia a ela é ínfima. Fizemos observações com alguns alimentos, como feijões. E o milho, que graças a Deus deu negativo.
Mesmo assim, algumas informações não nos foram passadas. E olhando agora, me sinto culpada de não ter feito tudo que deveria. Como por exemplo a troca de utensílios. Essas foram informações que fui aprendendo conversando e lendo sobre o assunto. Outra coisa, é a alergia a corante: perguntei a respeito, mas pelos sintomas e exames, aparentemente, ele não teria. Só para evitar não damos corantes amarelos. Entretanto agora, estamos começando a desconfiar que possa ter a corantes vermelhos. Ainda em investigação.
Hoje, ele está super bem, crescimento normal, ativo e alegre. Mas ainda muito reativo ao leite. Fizemos um teste há menos de um mês e foi bem ruim. Deve começar a tomar complemento de cálcio, já que não toma quase o leite dele. E além da alergista, encontramos, finalmente, uma boa pediatra.
Alerta: quando receber o diagnóstico de alergia a leite de vaca, tenha uma longa conversa com seu médico. Pergunte como é feito o diagnóstico, o porquê de fazer ou não outros testes auxiliares, se há algum outro alimento que possa dar alergia também, o que procurar nos rótulos, se é ou não necessário complementar a alimentação com vitaminas, caso o médico recomende tirar algum outro alimento diferente, pergunte por que. Se os sintomas estiverem demorando a sumir, converse novamente, não tenha medo de questionar e insistir. Os médicos são fundamentais em nosso dia a dia de alergia a leite, mas não são senhores de todos os saberes e podem sim estar enganados. Muitos ainda não têm todo conhecimento necessário para lidar com nossos pequenos.